dois anos! foi em julho de 2022 que decidi criar essa newsletter pra compartilhar com você aquilo que eu escuto, acho bom e quero (às vezes desesperadamente) que mais gente ouça. e como eu gosto de fazer isso. mas, de uns tempos pra cá, cada vez que eu sentava pra escrever a newsletter, era um pouco mais difícil. antes, o complicado era escolher entre os muitos episódios que eu tinha ouvido entre uma edição e outra. agora, nem sempre tem algo que eu gostei o suficiente pra querer te recomendar.
a verdade é que, nesses dois anos, eu mudei. fiquei mais chata? rs talvez. mais exigente, eu diria. e mais cuidadosa com aquilo que ocupa o meu tempo – e o seu.
além disso, eu tenho lido mais. eu tenho visto mais séries. indo ao cinema. e eu quero compartilhar isso com você também. os perfis que fazem as minhas redes sociais menos insalubres. os trechos de obras que me deixaram pensativa. as reportagens que fizeram meu mundo maior. um álbum que eu descobri sozinha.
a radinho vai seguir sendo uma newsletter que recomenda podcast. mas não só.
eu vi
eu lembro que na primeira edição da radinho, eu recomendei a primeira temporada da Hacks. era a minha série “do almoço", que eu uso pra não comer tão rápido rs. corta para 2024. Hacks é hoje uma das minhas séries preferidas. eu guardei a terceira temporada, que saiu há umas semanas no HBO Max, pra ver chegando no Brasil. As risadas têm me depois de um pouso turbulento.
eu li
esse tocante obituário escrito pelo João Moreira Salles na piauí 213. “De todos os textos que já escrevi e publiquei, este é o primeiro que Denise não editou.” as palavras doem mais pra quem já teve a sorte de encontrar um bom editor e que sabe que é como achar uma alma gêmea. alguém que te entende e faz com que você seja você, só que melhor.
eu ouvi
eu tava ouvindo uma entrevista com a lendária crítica gastronômica Ruth Reichl outro dia e ela contou uma história sobre o peso do ofício – de ser quem decide se um restaurante é bom ou não. e ela contou que, na mesa de trabalho dela, sempre tinha uma foto de um casal jovem. e ela pensava que aquele casal jovem ia ler o que ela escrevia pra decidir onde gastar o tempo e o dinheiro deles numa data especial. a foto era um lembrete que o compromisso dela era com eles, e não com os donos e chefs de restaurante.
que arrepio me deu quando a frase que dá título ao novo podcast Boom em parceria com a Rádio Novelo: ¡No Vengan! eu andava pelas ruas de São Paulo, mas os meus ouvidos atravessarem a selva do Darien – entre a Colômbia e o Panamá – junto com a Natalie Leticia Gallón. é uma das coisas mais tristes que eu já escutei. recomendo também o filme, que tá no site da Boom. mas um aviso: as imagens [e a realidade] são muito perturbadoras.
eu sempre fico em dúvida se um áudio livro é lido ou ouvido, mas digamos que eu ouvi When breath becomes air, escrito pelo neurologista Paul Kalanithi. ele sempre quis escrever um livro e aí, quando recebeu o diagnóstico de um câncer no pulmão, finalmente o fez. as palavras carregam uma urgência e uma honestidade que acho que só quem chegou muito perto da morte consegue imprimir – e olhe lá. em português, o título é O último sopro de vida e é um livro que eu acho que todo médico deveria ler.
e uma dica extra pro pessoal de São Paulo: no domingo (28) vai rolar uma instalação do podcast Ser Sonoro [que eu já recomendei aqui] no Museu da Imagem e do Som sobre o surgimento da escuta humana. e é de graça! mais informações aqui.
e eu fiz
e falando nele, tem uma história minha no episódio do Rádio Novelo Apresenta dessa semana.
obrigada por ler! 💌
Natália Silva | jornalista e produtora da Rádio Novelo
só melhora :)
Parabéns, Radinho! Conheci o “ser sonoro” por tua causa e amei! Uma pena não estar em SP para ver a instalação 😭